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Educational Passages PT / Nada
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Escolas: Escola Básica e Secundária Anselmo de Andrade
Segue o NADA no website do Educational Passages
Vê o estado do vento e das correntes e tenta prever a rota
O NADA é o mini-veleiro que foi trabalhado pela Escola Básica e Secundária Anselmo de Andrade (Almada)
no âmbito do projeto “Educational Passages PT”.
Aos alunos do 7.º ano que participaram neste projeto coube a responsabilidade de batizar o pequeno veleiro.
A escolha recaiu em NADA (Navio Anselmo de Andrade), uma referência ao nome da escola combinada
com uma nota de esperança: porque quem nada não se afoga…
A pintura do casco do NADA ficou a cargo dos alunos cujos projetos de decoração foram seleccionados para acompanhar o NADA pelo Oceano. O barquinho ficou assim pintado com várias alusões a Almada e a Portugal. E nem o Cristiano Ronaldo ficou de fora.
No dia 8 de novembro de 2016, o NADA foi lançado simbolicamente no Tejo num evento que contou com a presença de alunos e professores na Caravela Vera Cruz. O histórico veleiro da Aporvela partiu do Clube Náutico de Almada e levou o NADA para um teste de navegabilidade no Tejo, que foi cumprido com sucesso.
Em janeiro de 2017, o NADA foi transportado para sul pelo navio ‘Insular’ da Transinsular. Este navio faz regularmente a rota entre o continente e a Madeira e largou o NADA numa dessas travessias.
Nada - A História de uma Rota Improvável
27 dias depois do seu lançamento entre o continente e a Madeira, o NADA estava de volta a terras portuguesas. Este mini-veleiro decorado e trabalhado por alunos da Escola Básica e Secundária Anselmo de Andrade (Almada) foi encontrado no areal da praia de Esposende, na madrugada de 7 de fevereiro.
Não era este o objetivo inicial do NADA. Quando, a 11 de janeiro, foi lançado do navio ‘Insular’, a expetativa era a de que fosse capaz de fazer a travessia do Atlântico. Mas os ventos nem sempre sopram ao nosso agrado…
Tudo corria de feição ao final da primeira semana: o NADA seguia decididamente para ocidente. Mas, ao fim de oito dias de navegação e já a 300 km dos Açores, uma mudança muito abrupta no sentido do vento veio mudar por completo o rumo do NADA e colocá-lo a navegar de volta a Portugal Continental.
Com a mesma velocidade com que se afastara da costa, o NADA vinha agora em direção ao sul do país. No dia 27 de janeiro, nova mudança na direção do vento empurrava o pequeno veleiro mais para nordeste, prevendo-se agora que viesse dar a terra no norte de Portugal.
Em Lisboa, os investigadores da EMEPC e IST (centros de Investigação ISR e MARETEC) iam acompanhando o percurso do NADA, tentando prever o caminho que este viria a seguir. Perante a possibilidade cada vez mais real de chegar ao Porto, esta equipa multidisciplinar entrou desde logo em contacto com a FEUP (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto) para que estivesse em alerta para o que desse e viesse.
O NADA seguia direitinho ao Porto e, bem impulsionado pela tempestade Doris, chegou mesmo a uns meros 6,5 km da “Cidade Invicta”, no dia 5 de fevereiro. Parecia que a aventura deste mini-veleiro estava prestes a chegar ao fim, mas o NADA ainda tinha algumas surpresas na manga. Em vez de continuar o percurso em direção a terra, virou abruptamente para norte e seguiu durante quase 24 horas paralelo à costa.
Em Lisboa, a equipa do ISR multiplicava-se em esforços para ir colocando as autoridades locais em sobreaviso. Contactaram-se as Capitanias do Porto de Leixões e Póvoa do Varzim, para pedir o apoio numa eventual ação de resgate do NADA e a resposta recebida foi sempre muito prestável.
A Polícia Marítima da Póvoa do Varzim fez-se mesmo ao mar, durante a noite de 6 de Fevereiro, logo após a recepção de novo ponto de localização do NADA. Mas as ações de busca terminaram sem sucesso e o NADA continuava à deriva na intempérie.
O mar estava bravo e o NADA aproximava-se de zonas mais rochosas. Começava a esperar-se o pior… Na madrugada de 7 de Fevereiro, às 1h24, o NADA emitia novo ponto de localização e, para surpresa e alívio de todos, encontrava-se são e salvo em pleno areal da Praia de Esposende.
Contactado pela equipa EMEPC/IST, o Eng. Rui Gomes liderou o resgate do NADA na Praia de Esposende. Apesar de alguns danos, o NADA estava a apenas alguns reparos de distância de ser colocado de novo a navegar no Oceano Atlântico.
A 13 de novembro de 2017, o NADA integrou a regata transatlântica com outros dois barquinhos: o WEST e o Crimson Voyager. O triplo lançamento decorreu ao largo do Funchal com o apoio da Estação de Biologia Marinha do Funchal (polo do Observatório Oceânico da Madeira), da Marinha e do Clube Naval do Funchal.
O lançamento dos três mini-veleiros teve direito a transmissão online, que pode ser revista aqui.
Mas ainda não seria desta que o NADA conseguia uma viagem de longo curso. Cerca de duas semanas depois do lançamento a partir da Madeira, este barquinho foi dar aos Açores, atingindo terra na ilha Terceira, em dezembro de 2017.
Com o apoio da Direção Regional dos Assuntos do Mar foi possível unir esforços para resgatar o NADA. Luís Barcelos, da AtlantiAngra, foi quem recuperou o NADA e o prepara agora para novo lançamento.
A 31 de janeiro de 2018, Luís Barcelos embarcou a bordo de uma embarcação da Atlantiangra e colocou o NADA de novo a navegar. A esperança era a de que o NADA conseguisse, enfim, seguir Atlântico fora em busca de novos países e culturas.
Durante pelo menos dois meses, o NADA navegou pelo Oceano Atlântico. Começou por seguir decididamente para oeste, antes de fazer o caminho inverso e chegar muito próximo do arquipélago das Canárias. Aí voltou a reencontrar o seu percurso em direção ao continente americano e era para lá que se dirigia quando o GPS deixou de dar sinal, em 28 de março de 2018, dois meses depois do seu último lançamento.
A aventura deste mini-veleiro não terá terminado aqui, mas deixamos de conseguir acompanhar o seu rumo. Talvez um dia o NADA chegue a bom porto e ainda tenhamos notícias do seu paradeiro…
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